Em 28/07/2015 às 19:12 por Secretaria | publicado em Notícias > Greves 0 comentários

O início das aulas do segundo semestre de 2015 na Universidade Federal de Roraima (UFRR), previsto para o dia 10 de agosto, deve ser adiado por causa da greve que completa 27 dias nesta terça-feira (28). Segundo a Seção Sindical dos Docentes da Universidade (Sesduf-RR), mais de 250 professores aderiram ao movimento que reivindica a reestruturação da carreira, valorização salarial entre servidores ativos e aposentados, melhores condições de trabalho, além da defesa do caráter público e da autonomia na universidade.

 

Conforme a presidente da Sesduf-RR, professora Sandra Buenafuente, apesar do possível atraso no início das aulas, os estudantes não devem ser prejudicados. "Os alunos não vão ser lesados por causa da greve, porque existe a reposição de calendário acadêmico. Eles vão ser prejudicados por essas políticas do governo que levam falta de qualidade à Educação", defendeu.

 

Ela explica que os docentes que aderiram ao movimento foram orientados a não lançarem as notas no Departamento de Registro e Controle Acadêmico (Derca) para que o primeiro semestre letivo de 2015 não fosse concluído e os danos aos estudantes fossem menores.

 

"No caso dos formandos, a orientação foi lançar as notas para que eles, que já estão deixando a Universidade, consigam se formar sem nenhum prejuízo", explicou Sandra, acrescentando que, ao mesmo tempo, um ofício foi enviado à reitoria para que o semestre fosse suspenso. O pedido, no entanto, foi negado na primeira instância.

 

Portaria 028/2015
No dia 22 de julho, a Pró-reitoria de Ensino e Graduação (Proeg) publicou a portaria 028/2015, que regulamenta as matrículas nos cursos superiores da UFRR. Em seu artigo 6º, o texto afirma que "os alunos que não efetuarem as matrículas em disciplinas, temas contextuais, módulos ou matrícula institucional nos períodos estipulados no calendário universitário, será incluído na situação de abandono de curso".



A portaria foi criticada por Sandra, que classifica o ato como "antidemocrático e ilegal", porque pressiona alunos e professores a lançarem as notas e concluírem o semestre para evitar a 'queda' no abandono de curso. "É uma tentativa de enfraquecer a greve, que luta por direitos para a sociedade. Além disso, a Proeg não pode decidir por isso sem antes consultar todo o colegiado", disse.

 

Conforme a presidente da Sesduf-RR, Sandra Buenafuente, a greve ainda não tem previsão para chegar ao fim  (Foto: Emily Costa/ G1 RR)
Ela disse ainda que a Sesduf vai pedir a suspensão da portaria. Caso a UFRR indefira o pedido em todos os âmbitos administrativos, deve recorrer à Justiça. "Se o trâmite na UFRR também for lento, poderemos pedir até antes que a Justiça intervenha no caso".


Ao G1, a aluna Tamires Barros, que pertence à presidência do Diretório Central Estudantil (DCE), informou que o grupo já enviou um ofício pedindo esclarecimentos sobre a portaria à reitora. "O semestre anterior não foi encerrado, então não temos como nos matricular no próximo. Logo, a reitoria não pode nos prejudicar por causa da greve que é um direito constitucional dos docentes", declarou.

Questionada sobre o atraso no início das aulas, Tamires garantiu que o 'maior problema é a falta de qualidade da Educação'. "Assim como os professores, também queremos a suspensão do calendário universitário a partir do dia 1º de julho".

 

O que diz a UFRR

Em nota, a Universidade Federal de Roraima diz reiterar a posição de respeito ao direito constitucional do servidor e reafirma a não-interferência na greve dos professores. De acordo com a instituição, a greve é um direito constitucional de cada servidor. No entanto, é importante frisar que os prazos administrativos seguem inalterados, conforme determinação votada no colegiado deliberativo do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).



A nota esclarece ainda que a portaria 028/2-15 não diz respeito à greve e foi motivada pela preocupação em reduzir a evasão e retenção dos alunos, problemas graves que afetam o ensino superior, não apenas na UFRR, mas em todas as instituições do Brasil.

 

A Universidade Federal ressalta que a portaria também visa eliminar o trancamento automático das disciplinas, feito pelo sistema no caso de o aluno não fazer a matrícula dentro do prazo.

 

Dessa forma, transfere para o aluno a responsabilidade de matrícula e trancamento das disciplinas, dando a ele autonomia para gerir sua vida acadêmica. A nota encerra informando que a Pró-reitoria de Ensino e Graduação (Proeg) adiou as matrículas dos alunos veteranos para o período de 3 a 7 de agosto de 2015.

 

Fonte: G1 Roraima

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